domingo, 26 de fevereiro de 2012

The Oscars

Dia de Óscares é dia oficial de reunião de amigos lá em casa. O Superbowl do bichedo, com a cerveja dos heteros e as pipocas dos heteros. E vá, um caldo verde com chouriço que a coisa acaba tarde.
Temos direito a boletins para preencher com as previsões de cada um, na expectativa de alcançar o título de Melhor Vidente.
Já os vi quase todos, em jeito de preparação para a grande noite.

Fiz uma tentativa de ver a Árvore da Vida, contrariando todos os meus impulsos de arrancar os pêlos dos meus tomates à mão. Mas tive que parar nos primeiros 30 minutos, senão ainda hoje estaria com o saco engessado. Depois de ver a "Árvore", passei a colocar "Tartaruga Atravessa a Costa da Caparica" na minha secção mental "filmes de acção".

As minhas expectativas foram superadas n'O Artista, provavelmente por não ter esperado nada de um filme a preto e branco e mudo.

Se alguém diz que Os Descendentes é um filme digno de óscar é débil mental e não vou comentar mais sobre o assunto, que já vi temas semelhantes melhor retratados em filmes de segunda categoria. E Clooney não vale um peido como actor. Pode cagar um Nespresso cheio de charme, mas representar não é com ele.

Odeio a Michelle Williams com cada milímetro do meu ser que a miúda é tão insonsa e deslavada que me apetece ir lá ao tapete vermelho enfiar-lhe uma tocha incandescente pelo cu acima. Mas, mais uma vez, sabe representar. Provavelmente interpreta outras personalidades tão bem por não ter nenhuma própria, o que facilita a apropriação.

A Meryl é a Meryl e represantaria na perfeição em qualquer filme, nem que tivesse de interpretar um cagalhão andante. É mestre na arte de representar. Não morri de amores pelo filme, mas cada prega de pele, cada tique, cada palavra, cada vez que ia ao wc com uma crise de soltura: era a Thatcher.

Achei que Hugo não acrescentou nada à minha vida e foram 126 minutos que ainda hoje me arrependo de não ter passado a masturbar-me. E que raio de filme para crianças demora 126 minutos? Fosse comigo há 20 anos e ficaria com um trauma tão grande, que ainda hoje não teria visto E Tudo o Vento Levou.

Ah, e gostei do "The Help" porque faz-me pensar que se tivesse nascido mais cedo, nunca teria de dobrar a minha própria roupa.

1 comentário:

Alexandre disse...

Sempre bom saber que há quem tenhas saudades da escravatura. Foi um belo remate de discurso. Oxalá corra melhor nos Óscares...